Nos últimos anos o sistema educacional brasileiro tem sido alvo de inúmeros questionamentos e objeto de profundas reformulações. A intenção da sociedade, de intelectuais e dos órgãos voltados para a área é ampliar a abrangência do ensino, melhorar a qualidade da educação como um todo, tornar o acesso a práticas e ao sistema educacional educacionais mais democráticas e, cada vez mais, inclusiva. Neste diapasão, em consonância com a Lei 13.005/2015 que instituiu o novo Plano Nacional de Educação, uma das diretrizes que ganharam forma concreta foi a de formulação de uma Base Nacional Comum Curricular – BNCC. A proposta começou a ser discutida e formula ainda em 2015 e tem por finalidade redefinir o currículo de todas as áreas do saber, incluindo o Ensino de História.
No bojo dos debates em torno dos rumos do sistema educacional brasileiro, que ocorria paralelamente ao crescente clima de instabilidade política que culminou com a saída da presidenta Dilma Vana Rousseff, em 2016, movimentos que fazem questionamentos às concepções teóricas que norteiam os debates no âmbitos de Universidade e, especialmente das escolas, ganharam corpo e visibilidade social, como o ‘Escola Sem Partido’, que tem na figura no advogado Miguel Nagib* e de grupos como o Movimento Brasil Livre – MBL seus principais baluartes, e também a proposta de ‘Militarização” das Escolas Públicas.
Tais movimentos e/ou tendências tem avançado e ganhado eco da sociedade, provocando debates que afetam concepções e práticas no interior do sistema educacional brasileiro, em particular, ao Ensino de História, pois condena práticas consideradas “doutrinadoras”, defendo a ‘neutralidade formativa’, o que, obviamente, pode levar a criminalização da ação docente por qualquer polêmica e ou postura docente em sala de aula. Não bastasse as questões levantadas pelo ‘Escola sem Partido’ a demanda e as ações de governos estaduais, como ocorre em Rondônia, pela ‘militarização’ de Escolas vem ganhando espaço. A ideia é entregar a gestão escolar e a supervisão pedagógica à Política Militar. Tal mudança também tem provocado alvoroço de toda ordem.
Assim, num cenário em que se discute a formulação de uma nova Base Curricular Nacional Comum e, ao mesmo tempo, ganham forma demandas colocadas pelo ‘Escola Sem Partido’ e pela ‘militarização escolar’, o Departamento Acadêmico de História, da Universidade Federal de Rondônia, campus de Rolim de Moura está propondo o I Encontro Regional de História e VI Semana de História: Ensinar e Escrever História no século XXI: desafios, perspectivas e possibilidades, que objetiva debater o atual cenário da educação no Brasil, com ênfase para a História e seu Ensino.
O evento será realizado de 23 à 26 de outubro de 2018, no campus de Rolim de Moura e/ou em espaços que consigam acolher o público esperado. Além do tema principal, o evento tem a finalidade de divulgar e debater os resultados de pesquisas desenvolvidas e em desenvolvimento nas áreas de História, Pedagogia e demais cursos de Ciências Humanas, realizadas em Instituições de Ensino Superior públicas ou privadas da região.
* [Miguel Francisco Urbano Nagib é advogado e procurador do Estado de São Paulo. A ele é atribuída a fundação do movimento Escola sem Partido. Frequentemente tem participado de debates públicos defendendo a legalização das proposta defendidas pelos movimento. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Miguel_Nagib. Acesso em 04 de abril de 2018]